terça-feira, 8 de maio de 2012
Grupo - Samba de Raparigas - Organizado por Dona Ana Rosário, o Samba das Raparigas de Saubara traz homens tocando pandeiros, tambores e viola; as mulheres, que sambam com vestimenta colorida e um lençol, tocam pratos e tábuas de madeira. O som – com base no tradicional Samba Chula e Corrido – remonta ao tempo da escravidão, quando as mulheres se reuniam e, vestidas nas suas camisolas de trabalhos domésticos e usando pratos e colheres de pau, armavam uma roda de samba para distrair a atenção dos feitores e facilitar a fuga de homens escravizados.
Grupo - Nicinha Raiz - Nora de Popó, famoso condutor de trole de sua região que resgatou e imortalizou o Maculelê, Dona Nicinha introduziu o Samba de Roda neste grupo de Santo Amaro. O Raízes do Samba tem mais de 30 integrantes que tocam pandeiro, reco-reco, agogô, tamborim, maraca. As sambadeiras preservam seu jeito particular de sambar com movimentos lentos e graciosos que, mesmo quando o ritmo começa a acelerar, não perdem sua qualidade sensual e sutil, o que permite a cada mulher se expressar de forma singular.
Grupo - Sambadores de Mutá – Este grupo de sambadores vem da comunidade de Mutá, localizada na cidade de Jaguaripe, região em que se preserva com fervor o Samba de Roda. Os Sambadores de Mutá usam atabaques, pandeiros, pratos, facas e campanhas – que são tambores pequenos feitos de potes de barro ou de barris de madeira com couro de animal. Todos participam batendo palmas e respondendo em coro ao Corrido puxado por um solista.
O samba de roda foi considerado pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) como patrimônio imaterial. O ritmo e dança teve sua candidatura ao Livro do Tombo (que registra os patrimônios protegidos pelo IPHAN) lançada em 4 de outubro de 2004, e, depois de ampla pesquisa a respeito de sua história, o samba-de-roda foi finalmente registrado como patrimônio imaterial em 25 de novembro de 2005, status que traz muitos benefícios para a cultura popular e, sobretudo, para a cultura do Recôncavo Baiano, berço do samba-de-roda.
Nos anos 1980, o Samba foi representado por nomes como Zeca Pagodinho e Dudu Nobre. A partir do final dos anos 1990 o Pagode também começou a sofrer a decadência e como a história do samba tem demonstrado que, sempre que um gênero começa a perder popularidade, novas formas de se produzi-lo aparecem e mantêm o Samba a principal forma de harmonia musical brasileira, mesmo que sempre se modificando por novas influências
O Samba de Roda, no Recôncavo Baiano, designa uma mistura de música, dança, poesia e festa. Presente em todo o estado da Bahia, o samba é praticado principalmente, na região do Recôncavo. Mas o ritmo se espalhou por várias partes do país, sobretudo Pernambuco e Rio de Janeiro. O Rio de Janeiro, já na sua condição de Distrito Federal, se tornou conhecido como a capital mundial do samba brasileiro, porque foi nesta cidade onde o samba evoluiu, adquiriu sua diversidade artística e estabeleceu, na zona urbana, como um movimento de inegável valor social, como um meio dos negros enfrentarem a perseguição policial e a rejeição social, que via nas manifestações culturais negras uma suposta violação dos valores morais, atribuindo a elas desde a simples algazarra até a supostos rituais demoníacos, imagem distorcida que os racistas atribuíram ao candomblé, que na verdade era a expressão religiosa dos povos negros, de inegável importância para seu povo.
O "samba" teria surgido por inspiração sobretudo de um ritmo africano, o semba, e teria sido formado a partir de referências dos mais diversos ritmos tribais africanos. Note-se que a diversidade cultural, mesmo dentro da raça negra no Brasil, era bastante notável, porque os senhores de escravos escolhiam aleatoriamente seus indivíduos, e isso tanto fez separarem tipos africanos afins, pertencentes a uma mesma tribo, quanto fez juntarem tipos africanos diferentes, alguns ligados a tribos que eram hostis em seu continente original. Isso transformou seriamente o ambiente social dos negros, não bastasse o novo lugar onde passariam a viver, e isso influenciou decisivamente na originalidade da formação do samba brasileiro, com a criação de formas musicais dentro de um diferente e diverso contexto social. O Samba de roda também é muito semelhante com o jongo.
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